quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sempre que me pedem para falar ou escrever sobre a inclusão escolar, penso no equívoco que vem se formando sobre assunto. A questão não é falar do fato isolado da inclusão, mas sim de Pedagogia. O professor que conhece realmente as correntes filosóficas pedagógicas sabe que existe uma – a construtivista – que dá conta de se fazer uma educação para todos, sem exceção. O problema é querer, dentro de uma perspectiva tradicional, colocar pessoas com diferenças muito grandes em um mesmo grupo, e o que é pior, com a doce ilusão que poderá nivelá-las em um mesmo patamar cognitivo. Refiro-me aqui ao professor que acha que os alunos têm que acompanhar uns aos outros, sem grandes diferenças.
As perguntas mais comuns feitas pelos professores são: como posso incluir no 4o ano do Ensino Fundamental, um aluno que não lê? Devo reprová-lo? Não seria melhor que estivesse em uma classe especial?
Esses questionamentos evidenciam uma teoria e uma prática que não combina com a proposta de inclusão. Devemos pensar, a priori, que estar na escola é acima de tudo estar incluído em um processo social. Em seguida, que cada um de nós, ainda que providos de total capacidade física e mental, somos diferentes, ou seja, construímos conhecimentos de formas distintas, em diferentes tempos. No caso do deficiente, essas diferenças são ainda maiores, todavia, não devem ser objeto de exclusão, sobretudo a social. Isto é, o convívio com pares supostamente mais capacitados proporciona ao deficiente um avanço significativo em seu desenvolvimento.
Desse modo, sugiro a meus colegas professores que busquem as soluções para a inclusão não em receitas mágicas, mas nas teorias que fundamentam nosso trabalho, ou seja, na Pedagogia, bem com nas ciências de interface com é o caso da Psicologia, Sociologia, Antropologia etc.
ROSSANA RAMOS

Um comentário:

  1. Olá, Rossana,
    Estou adorando conhecer teus livros (Ana Rúbia me trouxe alguns)e conhecer teu blog. É lindo!... E, mais do que isso, é informativo numa área tão importante como essa da educação básica com consciência de cidadania. Vou recomendá-lo a algumas pessoas conhecidas que lidam com inclusão.
    Abração.
    Maristela Simonin

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